textos: 'paper cages'

Recorrendo às imagens largamente disseminadas pelos meios de comunicação, nomeadamente através do registo impresso e da internet, procura-se encenar novas situações que possibilitem confrontar a superficialidade e fugacidade desses momentos (da fonte) e as significações inconscientes que lhes possam estar inerentes.

Os modelos representados foram recolhidos de modo mais ou menos aleatório nos já mencionados meios de comunicação e posteriormente ‘enjaulados’ (recorrendo ao origami) em cubos de papel, ou em formas florais, que, ao serem representados por um novo processo (a pintura), sofreram um redimensionamento de escala, pondo em evidência diversas partes desconexas do corpo do modelo/objecto original.

Através deste processo de mutilação visual adensa-se o papel de aprisionamento dos modelos a um mundo que lhes sendo impossível de controlar, dele dependem para afirmarem a sua natureza. Trata-se portanto de um processo que, pela sua lógica inicial, enfatiza a questão do aprisionamento, ou se quisermos, do ‘livremente aprisionado’. Faz-se então jus à evidente paranóia paradoxal tão característica dos nossos dias…

                                                                                                                                                               rio